2011-03-05

A coragem que não tive

*... é impossível não vê-la torta e enrugada, mas deliciosamente bela. Não por aquilo que sofreste, mas por aquilo que contas e ainda tens para contar. Transporta nos para uma varanda de madeira, que faz nos recordar do que foste em tempos áureos, esplendorosa em madeira, a imanar o cheiro de madeira nova ou mais tarde na cera que te aplicam e te tornas reluzente e cheirosa. Vejo duas portas que se abrem para algo, existe uma logo ali quando acabo se subir aquela escada, alguém que está comigo tem a coragem que não tive abre e espreita para me mostrar o que já conhecia, pousa o pé, e nesse instante a casa range e grita de dor, uma telha cai e o chão ameaça cair e com ela quer levar que a exibe. Não podia deixar tal a acontecer e agarro o curioso que me imediatamente agradece o acto, mas depois de ver que este está seguro, preocupa me agora como está a casa. Espreito a medo e observo aquilo que foi o local de união e reunião de uma família desaparecida, a cozinha, e vejo através ...*

Nota; O texto é da Ana Araújo, sobre a base para um trabalho de Arquitetura, eu só reconheci a qualidade.

Fernando Dionísio